A decisão anunciada pelo Catar foi já confirmada pelo Hamas.
Corpo do artigo
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas vai prolongar-se durante mais dois dias, anunciou esta segunda-feira o Qatar, enquanto mediador do conflito no Médio Oriente.
"O Catar anuncia, como mediador do conflito, que foi alcançado um acordo para prolongar a trégua humanitária por mais dois dias na Faixa de Gaza", disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros Majed Al Ansari, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
The State of Qatar announces, as part of the ongoing mediation, an agreement has been reached to extend the humanitarian truce for an additional two days in the Gaza Strip.
- د. ماجد محمد الأنصاري Dr. Majed Al Ansari (@majedalansari) November 27, 2023
Num comunicado, o Hamas anunciou "um acordo com os irmãos qataris e egípcios para um prolongamento da trégua humanitária temporária, que será por mais dois dias, com as mesmas condições da trégua precedente".
Israel não confirmou ainda a extensão do acordo.
Anteriormente, al-Ansari tinha indicado que as partes estavam numa série de conversações com vista à prorrogação da trégua, que está em vigor há quatro dias, enquanto o Governo egípcio - que também atua como mediador - propôs a prorrogação de dois dias em troca da libertação de mais 20 reféns.
O Hamas, que assumiu o poder na Faixa de Gaza em 2007, também tinha indicado que estava a preparar uma nova lista de reféns a libertar, a fim de prolongar a trégua nos combates com Israel.
Apesar de alguns pequenos contratempos, ambos os lados respeitaram até agora o acordo, que resultou na libertação de 58 reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza e de 117 prisioneiros palestinianos em prisões israelitas.
A quarta troca está marcada para hoje e Israel já anunciou que recebeu uma lista dos próximos reféns que serão libertados.
Entre as 58 pessoas sequestradas e libertadas pelo Hamas desde sexta-feira estão 19 estrangeiros que não faziam parte do entendimento.
O acordo entre Israel e o grupo islâmico foi possível graças à mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos e previa uma trégua de quatro dias, a entrada de ajuda humanitária em Gaza proveniente do Egito, bem como a libertação de um total de 50 reféns raptados em 7 de outubro e de 150 palestinianos detidos em prisões israelitas, todos menores ou mulheres.
Além disso, inclui a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e uma cláusula pela qual o acordo poderia ser prorrogado por até dez dias se o Hamas concordar em entregar pelo menos mais dez prisioneiros por cada dia adicional.
A trégua permitiu até agora a entrada de centenas de camiões carregados de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e devastada por sete semanas de bombardeamentos israelitas em retaliação pelo ataque sangrento lançado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro e que deixaram cerca de 1.200 mortos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, a União Europeia e a NATO tinham apelado para a prorrogação do acordo.
A libertação de um maior número de reféns é exigida com veemência pela opinião pública israelita, traumatizada pelo ataque do Hamas há um mês e meio no sul do país.
Em resposta ao ataque do Hamas a 7 de outubro, Israel declarou guerra ao movimento islamita palestiniano e bombardeou intensivamente a Faixa de Gaza até as partes terem chegado a acordo para uma trégua de quatro dias.
Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita em Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas, que controla o enclave desde 2007
Notícia atualizada às 17h42