No Chipre, viveu-se hoje uma autêntica corrida ao multibanco e às agências bancárias abertas ao sábado de manhã. Depois do anúncio do plano de resgate ao país, os cipriotas tentaram levantar o dinheiro que têm no banco, mas encontraram as contas bloqueadas.
Corpo do artigo
As pessoas foram apanhadas de surpresa e tentaram reagir tão depressa quanto possível.
Logo nas primeiras horas da manhã, dezenas de pessoas foram levantar dinheiro nas caixas multibanco em Nicósia, a capital do país.
Um cipriota de 45 anos disse à France Press que a situação é uma catástrofe.
O jornal espanhol "El Mundo" relata também a expressão de raiva e preocupação dos habitantes que foram a correr tentar levantar o máximo dinheiro possível das contas bancárias.
No entanto, muitos foram logo confrontados com as novas ordens.
Os depósitos com mais de 100.000 euros irão pagar um imposto extraordinário de 9.9 %, que cai para 6,7 % no caso das quantias depositadas serem inferiores, enquanto as empresas terão a sua carga fiscal agravada até 12,5%.
A decisão foi tomada durante a madrugada na reunião do Eurogrupo que chegou a acordo sobre o resgate financeiro de 10 mil milhões de euros.
Com a decisão de cobrar um imposto sobre os depósitos, o Chipre estima arrecadar 5 mil e 800 milhões de euros.
O imposto bancário não é aplicado sobre os juros, mas sim sobre o capital, ou seja, uma pessoa que tenha 101 mil euros num banco no Chipre perde de imediato 10 mil euros.
O ministro cipriota das Finanças já veio dizer que o país escolheu a mais dolorosa das soluções, mas lembrando que a alternativa era a bancarrota.
Já o líder da oposição acusa o presidente eleito no mês passado de trair a vontade do povo e convocou uma manifestação para a próxima terça-feira.