"Civis têm de ser respeitados." Guterres revela que duas escolas em Gaza foram atingidas
Líder das Nações Unidos apelou à facilitação da entrada de material e pessoal humanitário nos territórios sob ataque e sublinhou a necessidade do "estrito respeito pelo direito humanitário internacional".
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta segunda-feira que está "profundamente angustiado" com o cerco total de Israel à Faixa de Gaza após o ataque do Hamas ao país e revelou que pelo menos duas escolas das Nações Unidas que albergavam famílias desalojadas foram atingidas por mísseis.
"Os civis têm de ser sempre respeitados e protegidos e os edifícios civis nunca devem ser alvos, mas já temos indicações de que mísseis israelitas
atingiram edifícios médicos em Gaza, prédios residenciais e uma mesquita. Também foram atingidas duas escolas da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) que albergavam famílias desalojadas", disse em conferência de imprensa a partir de Nova Iorque.
António Guterres indica que há já pelo menos 137 mil pessoas refugiadas em edifícios da ONU e alerta que o número "continua a aumentar a par dos fortes ataques" promovidos por Israel.
O líder da ONU assegurou reconhecer a legitimidade da "dor do povo palestiniano", mas avisou que "nada justifica estes atos de terror e o assassinato, mutilação e rapto de civis".
"Reitero o meu apelo para que estes ataques parem imediatamente e sejam libertados todos os reféns", apelou ainda o chefe das Nações Unidas, que se confessa "alarmado pelas informações de que mais de 500 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, morreram em Gaza e de que outros 300 estão feridos", com o número de vítimas a subir "a cada minuto, a par das operações de Israel".
Sobre as ações israelitas, Guterres assinalou também como "legítimas" as preocupações com a segurança do país, mas ressalvou que "as operações militares têm de ser realizadas no estrito respeito pelo direito humanitário internacional".
Perante este cenário, o secretário-geral da ONU apelou à facilitação da entrada, em Gaza, de "equipamento médico, alimentos, combustíveis e outros bens essenciais que são desesperadamente necessários", bem como do acesso de "trabalhadores humanitários" ao território.
"As Nações Unidas vão continuar os esforços para fornecer o que é preciso para enfrentar estas necessidades. Peço a todos os lados para que permitam o acesso da ONU, para que possamos fornecer ajuda humanitária aos civis encurralados na Faixa de Gaza e apelo à comunidade internacional para se mobilizar neste esforço", disse.
Desde sábado que os ataques palestinianos e as respostas israelitas têm feito vítimas: já se contam mais de 1200 de parte a parte.