A informação é avançada pelo ministério da Saúde egípcio depois dos violentos confrontos registados durante a madrugada de sábado nas cidades do Cairo e Alexandria.
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O Governo do Egito revelou hoje que pelo menos 65 pessoas morreram nos violentos confrontos verificados na capital egípcia, que se seguiram a uma manifestação de apoio ao presidente deposto Mohamed Morsi.
Os números foram adiantados pelo ministro da Saúde egípcio, que referiu ainda nove mortos registados na segunda maior cidade do país - Alexandria - aumentando o total dos confrontos para os 74 mortos.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana - organização islamita de cariz fundamentalista a que pertence o presidente deposto Mohamed Morsi - referiu que 66 pessoas foram mortas numa mesquita do Cairo, junto à qual apoiantes de Morsi têm estado acampados desde 3 de julho para exigir a sua reintegração em funções.
Os confrontos desta madrugada, no Cairo, foram os mais violentos desde a deposição de Morsi a 3 de julho num golpe de Estado militar, com os manifestantes a acusar a polícia de usar munições verdadeiras.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, já condenou os confrontos no Cairo, lamentando o uso de força sobre os cidadãos.
Também a Alemanha e a França demonstraram a sua preocupação e apelaram às partes para que mantenham a calma.
As autoridades egípcias já anunciaram que se preparam para desmantelar os acampamentos dos apoiantes de Morsi.
As manifestações, que tiveram como palco várias cidades do Egito, surgem depois de um tribunal ter ordenado, na sexta-feira, a detenção do presidente deposto, por alegadas ligações ao ataque do grupo palestiniano Hamas contra a polícia e por ter fugido da prisão em 2011.
Mohamed Morsi, mantido incomunicável pelo exército desde a sua demissão a 03 de julho, foi formalmente detido por um período máximo de 15 dias.