O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, afirma que o objetivo dos europeus era manter "vivo" o limite de aquecimento de 1,5ºC, o objetivo mais ambicioso do acordo de Paris.
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A União Europeia prefere "nenhum acordo do que um mau acordo" nas conversações sobre o clima na conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP27), afirmou este sábado o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.
"Estamos preocupados com algumas das coisas que vimos e ouvimos nas últimas 12 horas", afirmou Frans Timmermans aos jornalistas.
Frans Timmermans sublinhou que o objetivo dos europeus era manter "vivo" o limite de aquecimento de 1,5ºC, o objetivo mais ambicioso do acordo de Paris.
"Vamos ser claros. Os parceiros da UE estão aqui para obter um bom resultado. Preferimos não ter um acordo do que ter um mau acordo", afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia.
Associação Zero fala "em retrocesso" relativamente às metas estabelecidas na COP26
É com apreensão que a associação ambientalista Zero olha para a falta de entendimento na COP27. A Zero compreende, ainda assim, a posição europeia em relação à proposta da presidência egípcia. Uma proposta que Bruxelas entende que põe em causa o limite de 1,5 ºC para o aquecimento do planeta. O presidente da Zero, Francisco Ferreira, conta à TSF que nas últimas horas houve um "retrocesso" em relação a metas estabelecidas no passado.
"O grande problema é que durante a madrugada ficou claro que um conjunto de aspetos que a UE considera fulcrais e com os quais nós concordamos, haver linguagem que continue a reforçar a necessidade de procurarmos que não se aumente a temperatura mais do que 1,5 ºC em relação à era pré-industrial e que isso se traduza em contribuições dos países mais ambiciosas e o fim dos combustíveis fósseis, esses aspetos são vitais", afirma Francisco Ferreira em declarações à TSF, sublinhando que "tudo aponta para que vários documentos e as conclusões sejam um retrocesso em relação àquilo que estava em cima da mesa e foi decidido o ano passado na COP26", em Glasgow.
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Um dos pontos de desacordo é o que diz respeito ao acesso ao fundo sobre perdas e danos. Francisco Ferreira quer que Bruxelas vá mais longe: "A UE tem de negociar e encontrar soluções, nomeadamente, no que respeita às perdas e danos e à constituição do fundo. Tem de clarificar e procurar uma linguagem que aceite apoiar e integrar mais países."
O presidente da Zero dá o exemplo do Paquistão que, "como não é um país menos desenvolvido, não pode estar integrado neste fundo para apoiar catástrofes ambientais que sejam ampliadas pelas alterações climáticas".
A conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP27), com as negociações paradas em questões como o financiamento para os países pobres, foi prolongada até este sábado, quando deveriam ter terminado oficialmente na sexta-feira à noite.
* Notícia atualizada às 11h17