O Crescente Vermelho sírio anunciou hoje que retirou 1.500 civis, na maioria mulheres e crianças, de Mouadamiyat al-Cham, nos arredores de Damasco, uma zona controlada maioritariamente pelos rebeldes e cercada desde há meses pelas forças governamentais.
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A organização «retirou 1.500 civis, na maioria mulheres e crianças, de Mouadamiyat al-Cham», disse o diretor de operações Khaled Ereksoussé à France Presse, precisando que estas pessoas «estavam em estado de grande fadiga e tinham medo».
Segundo Ereksoussé, a organização não entrou na cidade de Mouadamiyat al-Cham, um reduto dos rebeldes que serve de base para atacarem a capital e que tem sido fustigado pelas forças do regime.
O Crescente Vermelho «teve a garantia de poder fazer esta operação», afirmou, sem confirmar se houve um acordo entre o regime e os rebeldes para que os civis pudessem ser retirados.
Ereksoussé explicou que foi dada assistência médica a algumas pessoas, mas a organização não teve condições para retirar os feridos. Os civis foram instalados em abrigos na província de Damasco, afirmou.
Um vídeo divulgado pela agência oficial Sana mostrou muitas mulheres e crianças a entrarem em autocarros, com ajuda de voluntários da organização.
A oposição síria denunciou que a cidade tem estado cercada desde há meses e as organizações não-governamentais indicaram que várias pessoas morreram devido à fome. O regime de Damasco contrapõe que a população civil está cercada pelos rebeldes.
Segundo a agência Sana, esta operação de retirada de civis ocorreu no âmbito dos «esforços (do regime) para proteger a população dos terroristas», o termo utilizado por Damasco para designar os combatentes que tentam há dois anos derrubar do poder o presidente Bashar al-Assad.