Quotas marcam reunião de ministros europeus da Justiça e Interior, com muita pressão interna e externa, por causa da crise dos refugiados. O ACNUR lembra que não faz sentido que sejam tomadas medidas de forma avulsa e pede à UE que acerte as agulhas quanto à política de acolhimento dos refugiados.
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pede à União Europeia que acerte depressa as agulhas quanto à política de acolhimento dos refugiados.
Ouvida pela TSF, a instituição liderada por António Guterres faz saber que a reunião desta segunda-feira em Bruxelas é uma oportunidade para mudar as coisas.
Melissa Flemming, a porta-voz do ACNUR, ouvida pela TSF, explicou que há uma forma da União Europeia, com a ajuda das Nações Unidas, alterar o actual sistema caótico de acolhimento de refugiados.
Sobre a decisão da Alemanha em suspender Schengen e travar a entrada de mais refugiados no país, o ACNUR entende que a Alemanha está a demonstrar aos parceiros europeus que não pode, sozinha, lidar com toda esta crise humanitária.
A reunião em Bruxelas, começa no inicio da tarde. As quotas de receção de refugiados com pedidos de asilo são o tema mais forte, mas a questão do fecho das fronteiras pode passar a ser outro tema essencial.
O embaixador Seixas da Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, mantém que o sistema de acolhimento e a repartição dos refugiados tem de ser clarificado.
O diplomata entende, apesar de tudo, que o sistema Schengen não está em causa nesta altura, apesar de poder ser alvo de algumas melhorias de pormenor.
A reunião dos ministros da administração interna terá resultados perto da hora de jantar, em principio.
O conselho extraordinário de Justiça e Assuntos Internos que irá decorrer a partir das 15:00 (14:00 de Lisboa) em Bruxelas, terá resultados, em principio, ao final do dia.
Entre os que já recusaram a definição de quotas propostas pela UE estão os países do grupo de Visegrado - Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia e a Dinamarca, que como o Reino Unido e a Irlanda, pode excluir-se da política de asilo da UE.
Por seu lado, o Governo da Finlândia anunciou estar disposto a receber um total de 2.400 refugiados, mas afirmou-se contra um sistema obrigatório de repartição de refugiados.