O primeiro-ministro britânico pediu, no sábado, uma postura mais firme do ocidente em relação à Rússia, na sequência da queda do avião da Malaysia Airlines, apelando aos países ocidentais para «mudarem a sua abordagem a Moscovo».
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«A Rússia pode beneficiar desta oportunidade para sair da crise perigosa. Eu espero que o faça. Mas se não o fizer, então nós devemos reagir com firmeza», escreveu Cameron num artigo publicado no Sunday Times.
Segundo Cameron, caso se confirme que o avião foi abatido por um míssil terra-ar lançado de uma zona controlada por separatistas pró-russos na Ucrânia, a Rússia deve ser considerada responsável.
«Se for esse o caso, nós devemos ser muito claros sobre o que isso significa: isto é o resultado direto da desestabilização pela Rússia de um Estado soberano, da violação da sua integridade territorial, do apoio às milícias brutais, e respetivo treino e armamento», escreveu.
«Devemos reagir a esta afronta com ação. A ação de encontrar os que cometeram este crime e de os levar à justiça. Mas isto vai muito mais longe do que a justiça», acrescentou.
Cameron advertiu ainda: «Se o Presidente Putin não mudar a sua atitude para com a Ucrânia, então a Europa e o Ocidente devem mudar fundamentalmente a sua abordagem em relação à Rússia. Não se trata de ação militar, claramente. Mas chegou a altura de fazer com que o nosso poder, influência e recursos contem».
O primeiro-ministro britânico defendeu também que «durante muito tempo, muitos países europeus têm sido relutantes em encarar as implicações do que está a acontecer no leste da Ucrânia».
«Sentado na reunião do Conselho Europeu na noite de quarta-feira, eu vi essa relutância mais uma vez», observou.
David Cameron defendeu o acesso imediato ao local da queda do avião, o cessar-fogo na Ucrânia, uma investigação completa sobre os acontecimentos, e exigiu à Rússia que acabe com o treino e fornecimento de armas aos separatistas.