O primeiro-ministro holandês afirmou hoje que o presidente da Rússia tem de permitir o acesso à zona da Ucrânia, que está controlada pelos russos e onde caiu um avião da Malaysia Airlines, para que os corpos possam ser recolhidos.
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«Ele [Putin] tem de assumir responsabilidade em relação aos rebeldes», disse o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, aos jornalistas em Haia, após uma conversa telefónica com o presidente russo, Vladimir Putin.
«A Holanda e o mundo vão ver se ele faz o que tem de ser feito. Tendo em conta os desenvolvimentos e as imagens desta manhã, enviei uma mensagem ao presidente [da Rússia] para lhe pedir novamente que exerça a sua influência sobre os rebeldes», acrescentou o líder do governo da Holanda.
Sublinhando que «toda a gente viu os destroços e como os passageiros e os seus pertences pessoais ainda estão espalhados no local», Mark Rutte disse que Putin tinha prometido na sexta-feira «a sua cooperação».
«Disse-lhe que tem de mostrar ao mundo que quer ajudar», reiterou o primeiro-ministro holandês, afirmando estar «chocado» com as novas imagens dos rebeldes com bens dos passageiros a passear no local do acidente «sem vergonha nenhuma». Para Mark Rutte, «o acesso desimpedido e a rápida recuperação dos corpos é a prioridade número um».
A Associação de Bancos Holandesa disse hoje, em comunicado, que estão a ser tomadas «medidas preventivas necessárias» depois dos registos de que estão a ser recolhidos cartões bancários do local onde o avião da Malaysia Airlines caiu.
A Rússia exigiu hoje da Ucrânia respostas sobre o abate do avião da Malaysia Airlines, numa zona controlada pelos separatistas ucranianos pró-russos, acusando o Governo de Kiev de ser o responsável.
Por seu lado, o Governo ucraniano acusou também hoje os rebeldes pró-russos, suspeitos de terem abatido o avião da companhia da malásia, de «procurarem destruir, com o apoio da Rússia, as provas deste crime internacional».
O Boeing-777 perdeu na quinta-feira a comunicação com terra na região oriental de Donetsk - perto da cidade de Shaktarsk -, palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos, e vitimou todas as 298 pessoas que seguiam a bordo, chocando o mundo e provocando fortes trocas de acusações entre Moscovo e Kiev.