A TSF conversou com a representante do ACNUR na Sérvia. Fechada a fronteira húngara, os refugiados continuam a chegar da Grécia e da Macedónia mas depois não podem continuar a viagem.
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Em entrevista à TSF, Miriana Milankovic, representante em Belgrado do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) disse que a situação na fronteira é desesperada.
"Segundo as informações que temos do local, estão neste momento cerca de mil pessoas junto à fronteira entre a Sérvia e a Hungria. Eles começaram a ameaçar fazer greve da fome e já disseram que não querem beber água nem dá-las às crianças. Eles estão desesperados", descreve.
Miriana admite que neste momento tudo pode acontecer: "As fronteiras estão fechadas e as nossas equipas estão preocupadas porque será grave se eles se recusarem a beber água."
Até agora o ACNUR doou um1 milhão de euros à Sérvia e prepara-se para enviar mais cinco milhões. O país tem recebido vários apoios.
"As autoridades mantiveram as fronteiras abertas, o que é de elogiar, e começaram imediatamente a trabalhar com o ACNUR e com a Cruz Vermelha da Sérvia que começaram a distribuir comida, água, material médico e medicamentos", conta Miriana Milankovic.
O ACNUR em Belgrado acredita que mais cedo ou mais tarde a Hungria vai ter de abrir as fronteiras, pois só assim a lei é cumprida.
"Estamos à espera que isso aconteça porque os refugiados que estão em trânsito na Sérvia e antes passaram pela Grécia e Macedónia têm direito de acordo com a convenção da ONU para os refugiados e com os regulamentos europeus. Eles têm de atravessar fronteiras e não deviam ser impedidos disso, afirma à TSF.
Até agora a Sérvia já registou a chegada de 125 mil refugiados e é encarado apenas como um país de passagem.