O arcebispo Desmond Tutu não integra a lista de convidados para o funeral de Nelson Mandela, que se realiza no domingo. O jornal britânico "The Guardian" revela que são motivos políticos que explicam a exclusão do Nobel da Paz de uma cerimónia que terá alguns milhares de convidados.
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O arcebisbo não está credenciado para o evento e, por isso, não vai. O facto resume-se a esta frase da filha e diretora da fundação Desmond e Leah Tutu, citada pelo "The Guardian".
O jornal britânico lembra que cerca de cinco mil convidados devem marcar presença no funeral em Qunu, aldeia que viu Nelson Mandela crescer, na província do Cabo Oriental.
No entanto, a ausência de Desmond Tutu está a provocar alguma surpresa e a levantar várias suspeitas.
O jornal recorda que, já na terça-feira, o facto de o nome do arcebispo não constar do programa das cerimónias fúnebres fez levantar alguns sobrolhos.
Desmond Tutu foi convidado para falar já depois de terminadas as principais intervenções e numa altura em que o estádio estava praticamente vazio.
Um antigo membro do ANC, o Congresso Nacional Africano,
e próximo da família Mandela, acredita que pode haver algum engano em relação ao funeral, sublinhando que é estranho porque Desmond Tutu deveria ser a primeira pessoa incluida na lista.
O jornal diz ainda desconfiar que a postura crítica do arcebispo pode estar na origem deste afastamento.
Um jornalista e biógrafo de Desmond Tutu subscreve a teoria, lembrando que o Nobel da Paz tem sido uma das vozes críticas em relação ao ANC.