A presidente do Brasil afirmou, esta terça-feira em Bruxelas, que a União Europeia necessita mais de «um consenso político» do que recursos financeiros para superar a actual crise que afecta vários países da Zona Euro.
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«Como dizem alguns, não se trata de uma questão de falta de recursos financeiros. Trata-se sim da construção de um consenso político em torno da recuperação», declarou Dilma Rousseff à imprensa, depois de questionada sobre a forma como o Brasil poderá ajudar a UE a sair da crise.
A presidente brasileira participou esta terça-feira na V Cimeira UE-Brasil e deixou claro aos presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, Durão Barroso, que a Europa «pode contar com o Brasil» para fazer frente às suas dificuldades económicas.
«[No G20] vão ser muito importantes todas as medidas de gestão macroeconómica e de expansão da regulamentação sobre as unidades financeiras» para superar a crise financeira internacional, disse Rousseff, à saída da cerimónia de inauguração da exposição Europália, no Palácio das Belas Artes de Bruxelas.
Quanto à possibilidade de ajuda brasileira, Dilma Rousseff acrescentou que a ideia é compartilhar a experiência que o país possui, a lembrar que os brasileiros já enfrentaram crises parecidas em décadas anteriores.
«Nós temos uma experiência muito complexa nessa área da crise. Sabemos o que significa crise bancária, sabemos o que significa crise da dívida e sabemos o que significam políticas de espiral descendente, em que o ajustamento orçamental contribui, por uma razão matemática, para a redução do produto interno bruto (PIB) e, no caso do Brasil, você reduzia o PIB e aumentava a dívida», ressaltou.
A líder brasileira destacou, no entanto, que ao oferecer ajuda quis apenas apresentar a solidariedade e disposição do Brasil, e que não se trata de convencer ninguém.
«Eu acho que a única coisa que não se pode ter nas relações internacionais é uma certa soberba, que, aliás, nós conhecemos, porque já [a] tiveram com a gente», acrescentou.