A Presidente do Brasil voltou a defender uma alteração às políticas económicas europeias, considerando que a austeridade exagerada «se derrota a si própria» e instando a uma genuína união bancária no espaço europeu.
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«A história revela que a austeridade elevada se derrota a si própria», disse a Presidente brasileira, em declarações em Madrid.
«O corte radical de gastos e a política de austeridade não podem ser as únicas respostas para resolver as questões colocadas pelas dívidas soberana e bancária, pelas bolhas imobiliárias e pelas dúvidas do mercado», afirmou.
Dilma Rouseff falava na inauguração de um encontro de debate sobre oportunidades de investimento no Brasil, organizado em conjunto pelo jornal espanhol 'El Pais' e pela revista brasileira 'Valor Económico', no Teatro Real em Madrid.
«A opção por políticas fiscais ortodoxas está a agravar a recessão nas economias desenvolvidas com reflexo nos países emergentes», afirmou.
«As principais lideranças no mundo desenvolvido não encontraram ainda um balanço entre a austeridade e as medidas de estímulo ao crescimento e consumo. E isso é inevitável para parar a recessão e estimular o crescimento», considerou ainda.
Rousseff defendeu que as regiões em crise devem avançar para «estímulos fiscais imediatos e para planos de austeridade a médio e longo prazo», com medidas anticíclicas, «especialmente dos países com excedente, que tem que investir mais, comprar mais, consumir mais».