A ideia foi avançada por um jornal alemão e desmentida pela Grécia. Fontes citadas pelas agências noticiosoas indicam que vários países já consideraram insuficientes as reformas propostas pelo governo grego.
Corpo do artigo
Um documento que defende um cenário de uma saída temporária da Grécia da zona euro, alegadamente da autoria da delegação alemã, está a marcar a reunião deste sábado do Eurogrupo em Bruxelas, para já sem perspetivas de acordo.
A edição "online" do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung noticiou que foi posto a circular um documento do ministério das Finanças alemão que propõe dois caminhos para ultrapassar a atual situação, sendo um deles uma saída ordenada e temporária da Grécia da zona euro, por cinco anos, acompanhada de ajuda humanitária, e o outro a venda de património do Estado num valor de cerca de 50 mil milhões de euros.
Segundo apurou a reportagem da TSF em Bruxelas, não há, até ao momento, nenhuma fonte fidedigna que diga que o documento tenha sido colocado em cima da mesa para discussão.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, não levantou a questão na reunião. Várias fontes, citadas pela agência Reuters, adiantam que ninguém levantou a possibilidade de uma saída grega do Euro. As autoridades gregas também desmentiram a existência de tal documento.
Ao longo das cerca de quatro horas que já leva a reunião do Eurogrupo (iniciada às 15:30 locais, 14:30 em Lisboa), vários países já consideraram insuficientes as reformas propostas pelo governo grego, sendo que o maior obstáculo a um acordo reside no facto de diferentes delegações reclamarem diferentes compromissos à Grécia, pelo que um acordo em torno das reformas que Atenas deve implementar para receber um terceiro programa de ajuda está distante.
Este fim-de-semana foi apontado por diversos líderes europeus como "absolutamente decisivo" para a crise grega e a situação da Grécia no espaço monetário único, estando previstas para domingo, na sequência das discussões de hoje ao nível de ministros das Finanças da zona euro, cimeiras de chefes de Estado e de Governo da zona euro, primeiro, e da União Europeia, de seguida, para lidar com dois possíveis cenários: ou um acordo em torno de um terceiro "resgate" à Grécia, ou a saída da Grécia da zona euro.