O governo egípcio anunciou que «pelo menos 173 pessoas morreram e 1.330 ficaram feridas» na sequência dos distúrbios registados nas últimas horas em todo o país.
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O porta-voz do Conselho de Ministros, Sherif Shauqui, disse numa conferência de imprensa no Cairo que, de acordo com o Departamento de Saúde, que o último balanço de vítimas corresponde ao período entre as 10:00 de sexta-feira e as 8:00 de hoje.
De acordo com as autoridades, desde quarta-feira, altura em que se iniciou a operação policial contra os acampamentos de protesto da Irmandade Muçulmana, morreram «mais de 800 pessoas» apesar da organização que apoia o ex-presidente Morsi referir que se registaram «milhares de vítimas», entre as quais, 200 mortos nas últimas 24 horas.
Segundo o governo, o maior número de vítimas registadas na sexta-feira localiza-se nas províncias do Cairo (95 mortos e 596 feridos); Alexandria (norte) com 25 mortos e 171 feridos e no Suez (este) com 14 mortos e 62 feridos.
Desde quarta-feira até hoje, um total de 57 polícias perderam a vida e 563 ficaram feridos, segundo dados do Executivo.
O mesmo porta-voz do Conselho de Ministros acrescentou que durante os distúrbios de sexta-feira, 27 esquadras da polícia, 12 igrejas, seis câmaras municipais e cinco sedes de governos provinciais «foram destruídos ou incendiados».
Verificaram-se igualmente ataques contra edifícios de tribunais e tentativas de invasão de estabelecimentos prisionais.
«Todo o mundo foi testemunha dos horrores que foram cometidos ontem (sexta-feira) por criminosos, que poderiam ter sido piores se não se fosse a intervenção das Forças Armadas para proteger instituições e propriedade», disse o porta-voz.
Sherif Shauqui disse também que o governo não vai hesitar na proteção do país contras «as forças terroristas e vai fazer frente aos sabotadores com mão de ferro».
Os confrontos continuam hoje em todo o país, destacando-se a situação na mesquita de Al Fateh no Cairo onde continuam refugiados centenas de manifestantes apesar da intervenção da polícia.