O embaixador norte-americano em Damasco desafiou o regime sírio ao deslocar-se à cidade de Hama, palco de manifestações contra o regime de Al-Assad, responsável por várias mortes, noticia a AFP.
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O embaixador Robert Ford encontrou muitos manifestantes na cidade cercada pelo exército, situada a cerca de 210 quilómetros a norte de Damasco, afirmou Victoria Nuland, porta-voz da diplomacia norte-americana.
De acordo com Abdel Karim Rihaoui, da Liga síria dos Direitos do Homem, «mais de 450 mil pessoas manifestaram-se» nesta cidade «sem qualquer presença» das forças de segurança.
«O embaixador Ford quer ver com os seus próprios olhos o que se passa no terreno. O facto de os meios internacionais não poderem cobrir livremente [os acontecimentos] faz com que isso seja ainda mais importante», refere, em comunicado, a embaixada dos Estados Unidos em Damasco.
«A sua visita a Hama mostra que os Estados Unidos estão empenhados a apoiar o direito do povo sírio a reunir-se e a expressar-se livremente através de manifestações pacíficas», acrescenta a nota.
Washington anunciou que Robert Ford, que regressou hoje a Damasco, saiu da capital síria na quinta-feira para «estabelecer contacto» com a oposição.
A visita do diplomata norte-americano causou a ira das autoridades sírias, que já acusaram os Estados Unidos de estarem «implicados» no movimento de contestação que se instalou no país.
A repressão do movimento de contestação, que eclodiu a 15 de Março, na Síria, já provocou a morte a mais de 1.300 civis e milhares de refugiados, segundo várias organizações não-governamentais. A comunidade internacional tem apelado a Al-Assad para que reforme ou renuncie.