As autoridades polacas ainda estão a investigar a explosão perto da fronteira com a Ucrânia.
Corpo do artigo
Os embaixadores da NATO vão reunir-se esta quarta-feira a pedido da Polónia depois das explosões perto da fronteira com a Ucrânia e que provocaram dois mortos, avança a agência Reuters, que cita dois diplomatas europeus não identificados.
A reunião deverá acontecer assente no Artigo 4.º da aliança, que estabelece que os aliados "consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das partes".
Um dos diplomatas citados sublinha que a aliança quer agir com tempo e cautela, de modo a perceber de forma exata o que aconteceu.
Esta noite, o Governo polaco disse que ainda está a investigar a explosão, sem atribuir a responsabilidade a mísseis russos, mas indicou que aumentou "o nível de alerta de algumas unidades militares".
"Acabou de ser decidido aumentar o nível de alerta de certas unidades de combate... e outros militares", salientou o porta-voz do Governo, Piotr Müller, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.
As autoridades polacas estão também a avaliar se é necessário consultar os seus parceiros da NATO, perante a existência de uma ameaça ao seu território.
O responsável pelo Conselho de Segurança Nacional, Jacek Siewiera, adiantou, por sua vez, que o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, manteve uma conversa sobre esta questão com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, para analisar "as condições de utilização do artigo 4.º" da Aliança Atlântica.
Já Jakub Kumoch, secretário de Estado da Presidência polaca, adiantou que o Presidente Andrzej Duda falou hoje à noite ao telefone com o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden.
Um alto funcionário dos serviços de informações dos Estados Unidos disse hoje que mísseis russos caíram na Polónia, país membro da NATO, incidente que causou a morte a duas pessoas.
Em reação, o Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que os relatos de queda de mísseis russos na Polónia são "uma provocação deliberada para escalar a situação", negando a responsabilidade pelo ataque.
Num comunicado, o Ministério da Defesa da Federação Russa acrescentou que os destroços nas fotografias divulgadas por vários meios de comunicação ocidentais "nada têm a ver com os meios de destruição russos".
Por outro lado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de disparar os mísseis contra a Polónia, defendendo que este é um "ataque à segurança coletiva" e uma "escalada muito significativa" no conflito.
De acordo com órgãos de comunicação polacos, duas pessoas morreram hoje à tarde, depois de um projétil ter atingido uma zona agrícola em Przewodów, uma vila polaca perto da fronteira com a Ucrânia.