A empresa que detém a mina de platina, onde ocorreu o massacre de grevistas, convocou os trabalhadores para que se apresentem ao serviço esta segunda-feira de manhã.
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A sociedade Lonmin, terceira maior produtora de platina do mundo, ameaça com despedimentos, caso os trabalhadores não compareçam. A informação foi adiantada por e-mail à Agência France Press.
O porta-voz de empresa fala mesmo num ultimato, dizendo que é a última oportunidade para que os grevistas retomem o trabalho.
Contactados pela France Press, os mineiros avisam desde já que não o vão fazer por respeito aos colegas que morreram. Os mineiros dizem mesmo que é um insulto e que os grevistas estão ainda furiosos com o que aconteceu.
O massacre que resultou na morte de 34 pessoas na mina de platina em Marikana, na África da Sul, ocorreu há três dias e provocou quase 80 feridos.
Os grevistas querem aumentos salariais e denunciam más condições de trabalho.
Agentes da polícia abriram fogo na quinta-feira passada sobre uma multidão de mineiros que alegadamente atacava com catanas, paus e outras armas, matando 34 e ferindo 78.
A violência em Marikana, nos arredores de Rustenburg, região onde se situam alguns dos maiores depósitos de platina do mundo, eclodiu na sequência de uma greve ilegal decretada por mais de três mil mineiros da empresa Lonmin, divididos entre dois sindicatos que lutam pela hegemonia nas minas.
Nesses confrontos entre mineiros já tinham morrido antes dez pessoas, entre as quais dois polícias.