O secretário de Estado norte-americano afirmou hoje, em Munique, que «os Estados Unidos e a União Europeia estão ao lado do povo ucraniano no seu combate» para se aproximarem da Europa.
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John Kerry, que tem previsto encontrar-se hoje à tarde com responsáveis da oposição ucraniana em Munique, falava durante a conferência de Segurança de Munique, onde dezenas de dirigentes políticos procuram saídas para os conflitos da Síria, Ucrânia, Irão e Médio Oriente.
«Eles lutam pelo direito de se associar aos parceiros que os ajudarão a realizar as suas aspirações. Eles (ucranianos) consideram que o seu futuro não depende de um único país», afirmou o chefe da diplomacia norte-americana numa alusão à Rússia.
Esta tomada de posição de John Kerry representa o apoio mais forte exprimido até hoje por Washington a favor da oposição ucraniana.
John Kerry considerou que «a vasta maioria dos ucranianos quer viver livremente num país seguro e próspero» e que se «bate pelo direito de se associar a parceiros que os ajudarão a realizar as suas aspirações» .
Segundo Kerry, estas aspirações são «abafadas pelos interesses de oligarcas corruptos que utilizam o dinheiro para abafar a oposição, para comprar homens políticos e os media e enfraquecer a independência da justiça e os direitos das ONG».
O chefe da diplomacia norte-americana também considerou que os acontecimentos na Ucrânia não devem ser vistos por Moscovo como uma ameaça para os seus interesses. «A Rússia e os outros países não devem ver a integração europeia dos seus vizinhos como um jogo de soma nula», precisou.
Entretanto, também em Munique, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, denunciou as críticas de responsáveis da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos contra o regime ucraniano e afirmou que estes deviam sobretudo condenar a «violência» dos manifestantes.
Na sua intervenção em Munique, o chefe da diplomacia russa defendeu que «a Ucrânia deve poder escolher sem ser submetida a pressões» externas. «Em que é que os encorajamentos a manifestações de rua cada vez mais violentas estão ligados à promoção da democracia?», questionou Lavrov, respondendo assim às declarações de Kerry.
«Porque é que não ouvimos condenações daqueles que ocupam edifícios governamentais, atacam a polícia, totrturam polícias e utilizam 'slogans' racistas e nazis?», adiantou Lavrov.