
Neil Constantine/NurPhoto via AFP (arquivo)
A administração Trump ainda não se pronunciou, mas está em consulta pública uma proposta das autoridades de segurança interna e controlo aduaneiro que recomenda uma vigilância digital muito mais apertada. Propõe que se exija aos visitante dados, como o que têm feito nas redes sociais, números de telemóvel usados nos últimos anos, endereços de e-mail ou vestígios de ADN
A ideia é que mesmo os cidadãos de países como Portugal, isentos de visto para visitar os Estados Unidos até 90 dias, passem a ter de disponibilizar novos dados. As autoridades poderão exigir dados sobre o uso das redes sociais nos últimos cinco anos, números de telefone que a pessoa usou nesse período, endereços de e-mail da última década e informação sobre familiares.
O controlo de dados biométricos também se alarga. Em vez da fotografia de rosto e impressões digitais - que são atualmente pedidas - passa a ser preciso disponibilizar também, obrigatoriamente, uma selfie, vestígios de ADN e a leitura da íris.
A proposta pretende responder a alegadas preocupações de segurança da Administração Trump, mas além de dificultar ou mesmo, nalguns casos, limitar a entrada nos Estados Unidos, é também considerada perigosa no que toca a direitos digitais e de privacidade.
Há receios de que este controlo sirva para fechar portas a críticos do atual Presidente. Aconteceu, por exemplo, no início do ano com um cientista francês, que foi impedido de entrar nos Estados Unidos por ter no telemóvel mensagens com críticas a Donald Trump.
No ano que vem, os Estados Unidos organizam o Campeonato do Mundo de futebol masculino e em 2028 os próximos Jogos Olímpicos.