Funeral de Eduardo dos Santos. Líder da UNITA critica "excessos partidários" em cerimónia de Estado
Líder da UNITA, que contesta os resultados provisórios das eleições gerais de Angola, marcou presença no funeral do antigo presidente angolano, em Luanda.
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Adalberto Costa Júnior, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), explicou que o partido considerou que deveria estar presente no funeral de José Eduardo dos Santos por se tratar de uma cerimónia de Estado e um momento para prestar homenagem ao antigo Presidente da República, mas criticou aquilo que entendeu terem sido "excessos partidários".
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"Assistimos a uma cerimónia com alguns excessos partidários. Não me parece que coubesse numa cerimónia destas, os discursos dos partidos partidos políticos. Quando se trata do Estado, o Estado deve representar-nos a nós todos, estes ainda são os desafios que Angola tem pela frente", afirmou o líder partidário, em declarações aos jornalistas, no final do funeral do antigo chefe de Estado, em Luanda.
"Independentemente disso, acho que fizemos bem em vir até cá", acrescentou, reconhecendo que a decisão "não foi fácil", tendo em conta "o facto de termos aqui chegado com tanta falta de tranquilidade" e, em particular, com "a ausência de uma parte da família".
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Questionado sobre os resultados eleitorais provisórios que contesta, o líder partidário acentuou que "Angola não tem ainda os resultados definitivos", mas lembrou que os dados que o partido dispõe - que "são os da Comissão Nacional de Eleições (CNE)" - atribuem à UNITA "muitos mais mandatos". "Esses, naturalmente, vão ser retirados ao MPLA", declarou.
Vincando esperar que o voto depositado nas urnas seja "escrupulosamente respeitado", Adalberto Costa Júnior disse que, a partir do momento em que o partido aceitou "fazer parte do jogo", vai ter de se "conformar com aquilo que as atas indicarem", seja ele qual for.
No entanto, mantém a convicção de que é "necessário corrigir mandatos". "Estamos a trabalhar com atas da CNE. As provas de que é absolutamente necessário corrigir os mandatos", afirmou.
"Não devemos tomar posições com base em nada que não seja provado. Tudo o que viermos a fazer terá de ser formalmente provado. Esperamos o mesmo do MPLA", acrescentou.