O governo da Síria negou ter responsabilidade no massacre de cerca de uma centena de civis em Houla e anunciou uma comissão de inquérito para apurar os factos.
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«Negamos completamente termos sido responsáveis pelo massacre terrorista contra as pessoas», disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Síria, Jihad al-Makdissi, responsabilizando «grupos terroristas» pelas mortes.
«Criámos uma comissão de inquérito conjunta das forças de segurança e da justiça que vai investigar o conjunto dos factos e divulgará os resultados dentro de três dias», acrescentou.
Sobre os bombardeamentos, Makdissi disse que nenhum tanque das forças sírias entrou em Houla e que as tropas governamentais que estavam na cidade atuaram em legítima defesa.
«Houve um ataque de terroristas das 14:00 (12:00 de Lisboa) até às 23:00 (21:00 em Lisboa). Nem um tanque sírio entrou. As forças sírias não abandonaram as suas posições», disse.
Acrescentou, contudo, que as forças sírias «retaliaram em legitima defesa» e os «confrontos continuaram».
Em resposta ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que apelou para a retirada da artilharia pesada e tanques das ruas, Makdissi respondeu:«Há bairros onde existem homens armados».
«Os observadores vão às cidades e constatam isso. É um direito do Governo proteger os seus cidadãos», acrescentou.
O porta-voz do MNE sírio confirmou ainda que o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, é esperado em Damasco na segunda-feira e apelou a um «regresso ao diálogo».