O governo grego confirmou que não haverá referendo sobre o plano de resgate internacional, numa altura em que ganha força a possibilidade de se formar um governo de unidade nacional.
Corpo do artigo
Foi o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, grande rival do primeiro-ministro, George Papandreou, no Partido Socialista (PASOK), quem declarou o fim da consulta popular, que tanto incomodou os parceiros europeus e os mercados financeiros internacionais, segundo a Efecom.
«O governo anuncia de forma oficial que não vai avançar para um referendo», disse Venizelos, um peso pesado no seio do PASOK, durante uma intervenção diante do grupo parlamentar socialista.
O titular grego da pasta das Finanças, que estava em desacordo com Papandreou sobre a conveniência de convocar a consulta, considerou que «é positivo enviar uma mensagem aos parceiros [comunitários] de que não se vai celebrar um referendo».
Ao fim de um dia intenso de reuniões de emergência do governo grego e do PASOK, o primeiro-ministro admitiu recuar sobre o referendo, numa tentativa de evitar eleições antecipadas.
As divisões no governo grego acentuaram-se: além de Evangelos Venizelos, outros quatro ministros de Papandreou expressaram a sua discordância.
A imprensa alemã tinha também já avançado durante o dia, nas suas edições eletrónicas, a anulação do referendo ao pacote de resgate na Grécia, no que foi visto como uma cedência do primeiro-ministro à oposição e aos parceiros europeus.
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro grego tinha já lançado um dramático apelo para que se iniciassem «o quanto antes» as negociações para a formação de um governo de unidade nacional que inclua todo o espectro político helénico.
«Não se pode esperar que este governo renuncie ou, por acaso, há outro governo à espera?», interrogou Papandreou, um dia antes de o seu governo ser submetido a um voto de confiança no parlamento de Atenas.