Autocarros parados, estações de comboio e de metro vazias. São os primeiros sinais da greve geral de 24 horas na Grécia contra o encerramento da televisão e rádio públicas.
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As duas centrais sindicais dos setores público e privado na Grécia apelaram a concentrações frente à sede da radiotelevisão pública ERT.
As agências internacionais contam que até agora, o ambiente é calmo, apesar de alguns trabalhadores do setor ferroviário terem impedido o acesso ao metro de Atenas.
De acordo com os mesmo relatos, a greve está a atingir sobretudo os serviços públicos. No setor privado, os trabalhadores parecem não estar a aderir em massa, alguns questionam o elevado salário dos funcionários da rádio e televisão públicas, por isso, não se sentem motivados para se juntarem à greve de hoje.
Durante o resto do dia são esperadas várias manifestações, que vão culminar à porta do edifício do serviço público.
Do lado político, as divergências na coligação "direita-esquerda" que dirige a Grécia há um ano agravaram-se na noite de terça-feira, quando os ministros da Nova Democracia (ND), liderada pelo primeiro-ministro conservador Antonis Samaras, assinaram um ato legislativo que implicou o encerramento da ERT.
A emissão foi interrompida depois das 23h00 (21h00 em Lisboa), e desde então apenas é possível sintonizar a ERT, fundada há 60 anos, na internet ou por sinal analógico em algumas regiões da Grécia.
O encerramento da ERT, efetuado por uma força policial que anulou o sinal emissor, fomentou «um ambiente de crise política e institucional», considerou ainda Venizelos, pilar do Governo de coligação, durante uma reunião do seu grupo parlamentar.
O líder do Pasok apelou ao primeiro-ministro para «salvaguardar a unidade e o futuro do Governo» de coligação, formado há cerca de um ano após as legislativas de 17 de junho.