"Morrem enquanto vocês engordam nos gabinetes." Grupo Wagner ataca Governo russo por falta de apoio
Um vídeo do patrão do grupo Wagner publicado no Telegram mostra cadáveres de alegados combatentes contratados pela empresa em solo ucraniano.
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Yevgeny Prigozhin, patrão da empresa russa de mercenários Wagner, queixou-se esta sexta-feira da falta de munições e criticou diretamente o ministro da Defesa da Rússia e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia.
"Estes são os rapazes que morreram hoje, o sangue ainda está fresco", afirma Prigozhin numa mensagem registada em vídeo e difundida através da rede digital de mensagens Telegram.
Nas imagens veem-se cadáveres de alegados combatentes contratados pela empresa Wagner em solo ucraniano.
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Prigozhin acrescenta que o número de baixas seria menor se a empresa privada tivesse recebido a "devida quantidade" de munições para os combates em território ucraniano invadido pela Rússia.
Segundo o oligarca russo, as unidades de combate da empresa Wagner só dispõem de 30% das munições necessárias, responsabilizando diretamente o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado Maior da Rússia, Valeri Guerasimov.
"Eles [mercenários] vieram aqui como voluntários e morrem enquanto vocês engordam nos vossos gabinetes", disse Progozhin dirigindo-se a Shoigu e Guerasimov em termos insultuosos.
Os combatentes contratados pela empresa privada russa constituem a força de assalto da Rússia que se encontram desde o final do ano passado na cidade de Bakhmut (Artiómovsk, na designação em russo), no zona ocidental da Ucrânia.
Na quinta-feira, Prigozhin disse que em "apenas um dia de combate morreram 116 combatentes" da empresa Wagner devido à escassez de munições que considerou "gravíssima".
Não é a primeira vez que a Wagner critica o Ministério da Defesa pelos problemas de abastecimento de material bélico, sobretudo munições.
No passado mês de março, Prigozhin chegou a ameaçar retirar os destacamentos de Bakhmut.
"Se a companhia militar privada Wagner abandonar Bakhmut a frente de combate desmorona-se", disse o empresário numa outra mensagem difundida pela rede social YouTube.