Islam al-Ashqar tinha ido visitar familiares no campo de refugiados de Nusairat, no centro de Gaza.
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Uma mulher holandesa de 33 anos morreu numa explosão em Gaza, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos no domingo. Islam al-Ashqar tinha ido visitar familiares no campo de refugiados de Nusairat, no centro de Gaza, e era um dos 22 cidadãos holandeses que o Governo do país estava a tentar ajudar a deixar a região.
Segundo a agência noticiosa AP, Israel bombardeou o mercado noturno do campo de refugiados no sábado à noite, mas ainda não se sabe se Al-Ashqar foi morta nessa explosão. As circunstâncias da sua morte ainda estão a ser investigadas.
Al-Ashqar viajou para Gaza com o marido e os quatro filhos ainda antes dos ataques do Hamas no sul de Israel. O filho Mohammed, que tem 16 anos e vive em Doorn, perto de Utrecht, contou por videochamada na semana passada à Nederlandse Omroep Stichting, rádio e televisão pública dos Países Baixos, que a família estava a tentar sair de Gaza através da fronteira com o Egipto, em Rafah.
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O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, descreveu a notícia como "muito triste" e garantiu nas redes sociais que o país está em contacto com as autoridades israelitas para obter mais informações.
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Mark Rutte vai deslocar-se esta segunda-feira ao Médio Oriente para se encontrar com o homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, e depois com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, anunciaram as autoridades neerlandesas.
Rutte vai pedir a Netanyahu moderação na intervenção militar na Faixa de Gaza e um corredor humanitário sustentável, segundo a agência espanhola EFE. O primeiro-ministro interino já transmitiu a Netanyahu no domingo à noite, numa conversa telefónica, que "a trágica situação em Gaza exige pausas humanitárias para permitir que a tão necessária ajuda chegue aos civis inocentes".
Também defendeu a necessidade de "um corredor humanitário sustentável para a ajuda e bens essenciais como alimentos, água e combustível".
Na sequência de um ataque do grupo islamita Hamas a 7 de outubro, que matou 1400 pessoas em Israel, Telavive está a levar a cabo um intenso bombardeamento de Gaza desde então, com um saldo de cerca de 4.700 mortos.
Israel também impôs um cerco à Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, cortou o fornecimento de eletricidade e água, e o acesso a bens essenciais, incluindo o combustível necessário para os geradores.
A tragédia provocada pelo intenso bloqueio e bombardeamento causou comoção internacional e levou países que inicialmente se referiram apenas ao direito de defesa de Israel a exigir proporcionalidade e respeito pelo direito humanitário.