O relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) «agrava seriamente» as preocupações da comunidade internacional sobre a natureza do programa nuclear iraniano, disse a União Europeia.
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«O novo relatório da AIEA agrava seriamente as preocupações actuais sobre a natureza do programa nuclear iraniano, já que este relatório destaca particularmente a informação corroborada pela AIEA relativa a eventuais dimensões militares do programa nuclear iraniano», afirmou esta quarta-feira uma porta-voz de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE.
No relatório tornado público na terça-feira, a AIEA refere «sérias inquietações» referentes ao programa nuclear iraniano, com base em informações «credíveis» que indicam que Teerão está prestes a conseguir fabricar a bomba atómica apesar de as autoridades continuarem a negar qualquer objectivo militar do programa.
O relatório da AIEA baseia-se em informações «coerentes e credíveis», insistiu Maja Kocijancic, porta-voz de Ashton, que é negociadora do grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido - e a Alemanha) sobre o dossier nuclear iraniano.
O relatório mostra «fortemente a existência de um programa completo de desenvolvimento de armas nucleares no Irão», referiu a porta-voz, adiantando que a AIEA «confirmou» que o Irão continuava com as actividades de enriquecimento de urânio.
A UE vai trabalhar para elaborar uma «reacção adequada» à publicação deste relatório, acrescentou.
Entretanto, Paris defendeu que é preciso que o Conselho de Segurança da ONU avance com sanções duras e sem precedentes contra o regime de Teerão.
Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano, fez saber que o país não pretende recuar um milímetro relativamente ao programa nuclear. Teerão tem dito, de forma insistente, que se trata de um programa com fins pacíficos.