A libertação dos presos acontece nas vésperas do início de uma nova ronda negocial israelo-palestiniana e foi uma condição exigida pelo presidente palestiniano.
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A comissão governamental israelita para a libertação de 104 presos palestinianos concluiu a lista dos primeiros 26 prisioneiros a libertar, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
«Na sequência da decisão do Governo de retomar as negociações de paz com os palestinianos e da constituição da comissão ministerial para a libertação de prisioneiros durante as negociações (...), foi aprovada a lista inicial de 26 detidos a libertar», lê-se no comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, de acordo com a France Presse.
«A lista será publicada na página da Internet do Serviço de Prisões, depois de informadas as famílias das vítimas», prossegue o comunicado do Governo israelita, segundo a agência espanhola Efe.
O comunicado destaca que 14 dos 26 detidos serão transferidos para Gaza e os restantes 12 para "Judeia e Samaria", os termos usados pelo comunicado israelita para designar a margem ocidental do Jordão, a Cisjordânia.
«Oito dos prisioneiros esperavam a libertação dentro dos próximos três anos e, dois deles, dentro seis meses», prossegue o comunicado, garantindo que a libertação deverá iniciar-se «48 horas após a publicação da lista».
De acordo com este comunicado do Governo israelita, três ministros da comissão governamental - o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, a ministra da Justiça, Tzipi Livni, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Yaakov Peri, antigo responsável da agência de segurança - insistiram na condição de que, «se algum dos prisioneiros libertados retomar hostilidades contra Israel», terá de ser de novo detido, para «completar a sentença» a que estava condenado.
Estes 26 prisioneiros são os primeiros a serem libertados de uma lista de 104 palestinianos e árabes-israelitas, que se encontram presos há mais de 20 anos, desde o período anterior à assinatura dos acordos de Oslo, na Noruega, entre o Governo de Israel e o antigo presidente da Organização de Libertação da Palestina, Yasser Arafat.
A maioria dos prisioneiros a libertar esteve envolvida em ataques que vitimaram civis israelitas.
Segundo adiantam as agências France Presse e Reuters, assim que for divulgada a lista, familiares das vítimas devem apelar ao Supremo Tribunal de Justiça, para impedirem a libertação dos prisioneiros. O Tribunal raramente interfere nestas situações, adianta a Reuters.
A libertação de presos palestinianos foi condição imposta pelo presidente Mahmoud Abbas, para a retoma das negociações com Israel, paradas desde 2010 por causa da construção de novos colonatos.
Em Julho, Israel concordou em princípio libertar 104 presos, em quatro periodos diferentes dependendo do progresso das negociações entretanto retomadas a 30 de julho sob mediação dos Estados Unidos.
A segunda reunião entre Israel e a Autoridade Palestiniana está marcada para quarta-feira.