Itália bloqueia declaração conjunta da União Europeia sobre reconhecimento de Juan Guaidó

epa07334213 Head of Parliament Juan Guaido presents the Country Plan, at the Orange Auditorium of the Faculty of Economic and Social Sciences (FaCES) of the Central University of Venezuela ( UCV), in Caracas, Venezuela, 31 January 2019. Guaido presented the 'Country Plan' for a new Government after he proclaimed himself interim president of Venezuela on 23 January. EPA/CRISTIAN HERNANDEZ
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Países europeus tinham dado oito dias a Maduro para convocar eleições, prazo que terminou no domingo. Mas nem todos já declararam Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
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Itália bloqueou uma declaração conjunta da União Europeia, no sentido de apoiar Juan Guaidó, revelou uma fonte diplomática à Reuters.
Terminado o prazo dado por este grupo para que Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais livres, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e Suécia reconheceram esta segunda-feira Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
O ministro dos Negócios Estrangeiros frisou que a primeira preocupação do Governo português prende-se com a "defesa dos interesses dos portugueses e luso venezuelanos", considerando que "a instabilidade política" e as condições económicas e sociais que classifica como "terríveis" colocam em risco " a segurança e o bem-estar da numerosa comunidade portuguesa e luso venezuelana que vive hoje na Venezuela".
Itália foi o único país do lado europeu do grupo que, até agora, não declarou o seu apoio ao presidente da Assembleia Nacional venezuelana, o tornou impossível a emissão de um comunicado conjunto para reconhecer a legitimidade de Guaidó.
O Presidente da Itália, Sergio Mattarella, pediu esta manhã ao Governo de coligação - formado pela Liga (extrema-direita), de Matteo Salvini, que adote uma posição em linha com os parceiros europeus, afirmando que não pode haver dúvidas entre a "democracia" e a "força".
"Não pode haver incerteza e nem dúvidas: a opção é entre a vontade popular e desejo de democracia genuína, por um lado, e por outro a violência da força", disse o chefe de Estado italiano na abertura de um centro de refugiados em Roma.
O grupo de contacto internacional constituído pela União Europeia para ajudar na organização de novas presidenciais na Venezuela integra, do lado europeu, a UE e Estados-membros como Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Suécia e, do lado latino-americano, Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.
No dia 7 de fevereiro o grupo vai reunir pela primeira vez em Montevideu, no Uruguai.