Jean-Claude Juncker reclama o direito de ser o nome proposto pelo Parlamento Europeu, mas Martin Schulz avisa que será preciso muito debate para se perceber qual dos candidatos reúne um maior consenso.
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Nas próximas semanas vais estar tudo em aberto para se saber qual será o nome do futuro candidato à Comissão Europeia (CE).
Embora com uma margem curta, apoiado pelo grupo mais votado, Jean-Claude Juncker, do partido Popular Europeu, reivindica a presidência da Comissão Europeia.
No entanto, Martin Schulz, o candidato dos Socialistas Europeus, lembra que não há maiorias no plenário e não abre mão da possibilidade de poder vir a ser ele o escolhido pelo futuro parlamento para ser o sucessor de Durão Barroso.
«O novo presidente da comissão tem de encontrar uma maioria no parlamento. Os líderes dos grupos políticos vão reunir-se e debater sobre quem vai ser a pessoa com mandato para construir e formar uma maioria no parlamento. E, à luz do resultado desses encontros, veremos que vai começar a tentar construir uma maioria no Parlamento Europeu», afirmou Schulz.
Para Martin Schulz terá de ser uma maioria assente num programa de combate ao desemprego, de combate à evasão fiscal e que traga mais controlo do setor bancário.
Mas, Jean-Claude Juncker, que sai destas eleições como o mais votado, quer a presidência da Comissão. «Vou entrar em negociações com o grupo dos socialistas. Mas, como é claro, não andarei de joelhos atrás dos socialistas, porque o partido número 1 não tem de andar de joelhos. Mas mesmo o partido número 1 tem de entrar em compromissos com as outras forças políticas relevantes neste parlamento». disse.
Juncker piscou o olho aos democratas, aos verdes e aos liberais, mas Martin Schulz não parece disposto a abrir mão do poder que representa o segundo partido mais votado, afirmando que «sem o grupo dos socialistas e democratas nenhuma maioria é possível no Parlamento Europeu».
Certo é que Juncker não fará alianças com a extrema direita, que nestas eleições consegue várias posições no Parlamento Europeu.
«Se alguma vez eu fosse eleito presidente da Comissão só porque aos votos do Partido Popular Europeu fossem acrescentados os votos da extrema direita, eu rejeitaria o mandato de presidente da próxima Comissão», garantiu.
Amanhã, os chefes de estado ou de governo vão analisar os resultados das eleições europeias de domingo. E, em princípio, Herman Van Rompuy será mandatado para iniciar conversações com o Parlamento Europeu, com o objetivo de se começar a desenhar um acordo para a escolha do sucessor de Durão Barroso.