A televisão estatal norte-coreana difundiu hoje imagens de histeria coletiva à chegada do dirigente do regime comunista, Kim Jong-un, a uma ilha no centro do conflito entre as duas Coreias.
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Dezenas de soldados uniformizados, mas também mulheres e crianças pequenas, correram pela praia para receber Kim, que envergava um longo sobretudo escuro, ao desembarcar de uma vedeta militar na ilha de Mu.
Com gritos de alegria, de braços levantados para o céu, rodearam o jovem ditador, herdeiro da única dinastia comunista da História. Algumas pessoas escondiam o rosto nas mãos para chorar.
Kim Jong-un, que terá menos de 30 anos, sucedeu ao pai Kim Jong-il, após a morte em dezembro de 2011, depois de, por sua vez, ter sucedido ao avó Kim Il-sung, fundador da República Popular Democrática da Coreia, em 1948.
Estas manifestações exuberantes, ensaiadas, de acordo com os detratores do regime comunista, são regularmente difundidas pelos "media" estatais norte-coreanas que as atribuem ao amor do povo pela família Kim.
Em seguida, a televisão mostrou Kim a passar revista às tropas, com uns binóculos a observar o território sul-coreano ou a afagar o rosto de uma criança.
A cena repetiu-se quando o "grande sucessor" deixou a ilha. Dezenas de pessoas correram ao longo da praia, entrando nas águas geladas do Mar Amarelo para acompanhar o chefe supremo, que já estava num barco.
A 23 de novembro de 2001, a unidade de artilharia norte-coreana baseada na ilha de Mu disparou "uma chuva" de granadas de morteiro sobre a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, causando a morte de dois civis e dois soldados.
O Sul respondeu com disparos de granadas.
A visita de Kim Jong-un a esta ilha emblemática das tensões entre as duas Coreias realizou-se um dia depois do voto na ONU das novas sanções contra Pyongyang, após o terceiro teste nuclear realizado a 12 de fevereiro.