Líderes locais da UE lamentam falta de financiamento específico para ação climática
Comité das Regiões do Parlamento Europeu (PE) reúne-se em Bruxelas: são necessários 40 mil milhões de euros por ano.
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As catástrofes climáticas têm um impacto cada vez mais desigual nas regiões europeias, mas "a grande maioria dos líderes locais lamenta a falta de mecanismos de financiamento específicos para fazer face aos desafios da adaptação às alterações climáticas".
Este verão, argumentam autarcas e líderes locais e regionais ouvidos no barómetro do Comité das Regiões (CoR), "ondas de calor, secas, inundações repentinas e incêndios florestais devastaram muitas regiões da Europa. Estão a ter um impacto crescente nas populações e economias locais". Estima-se que sejam necessários "40 mil milhões de euros por ano em investimentos de adaptação às alterações climáticas para nos adaptarmos ao aumento de 1,5 °C da temperatura global".
Com o aumento das catástrofes relacionadas com o clima, "a produtividade e a viabilidade das atividades económicas locais e regionais estão em risco" e os eleitos locais da UE consideram que "existe um verdadeiro défice de financiamento da adaptação (à transição) com 75% dos políticos regionais e locais a afirmarem sofrer de falta de mecanismos de financiamento específicos para enfrentar os desafios da adaptação às alterações climáticas".
Neste quadro sombrio que será motivo de debate na sede das instituições europeias, "regiões com um elevado nível de emprego na agricultura ou no setor da construção são particularmente afetadas, sobretudo por ondas de calor mais longas e mais intensas. Por exemplo, as ondas de calor do verão de 2023 custaram aos territórios espanhóis o equivalente a 1% do PIB, depois de a agricultura ter sofrido em resultado de secas prolongada", situação agravada pelo aumento da temperatura global m, que "também está a perturbar significativamente o setor do turismo local".
Um caso de sucesso
Em resposta às inundações catastróficas de 2021, o governo regional da Valónia está a desenvolver o seu "Plano Diretor do Vallée de la Vesdre e programas de vizinhança sustentáveis, destinados a reconstruir a área de forma responsável e sustentável. Serão investidos 40 milhões de euros em novas habitações públicas para os municípios mais afetados. Além disso, o Governo da Valónia comprometeu-se a disponibilizar 1030 milhões de euros para cobrir integralmente os cidadãos afetados pelas inundações".