Influência de regiões e cidades: autarcas portugueses mais críticos do que a média europeia
Portugueses muito mais preocupados do que europeus sobre economia e emprego, revela barómetro anual das cidades e regiões.
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Dos eleitos locais portugueses, 76% são bastante mais críticos do que a média dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) quando questionados sobre se deveria ser maior a influência de regiões e cidades na elaboração de políticas e no debate sobre o futuro da UE. O barómetro anual 2023 do Comité das Regiões (CoR) do Parlamento Europeu (PE) revela que a média europeia que aponta na mesma perceção não ultrapassa os 62%.
No relatório que antecipa a Semana Europeia das Regiões (RegionsWeek), que começou esta segunda-feira em Bruxelas, e das instituições europeias, os eleitos locais consideram que as áreas que deveriam ter mais influência das cidades e regiões na elaboração de políticas da UE são "uma economia mais forte, justiça social e emprego" (para 65% dos portugueses e 52% para os europeus da UE em geral), seguida da "educação, cultura, juventude e desporto" (62% dos portugueses face a 51% da média europeia) e crise climática e ambiente (para 51% da média europeia e apenas para 47% dos inquiridos portugueses).
O financiamento da Política de Coesão representa, pergunta o barómetro do CoR, "uma mais-valia para a sua cidade ou região, em comparação com outras correntes de financiamento (nacional ou regional)? E de que forma?"
Sendo várias respostas permitidas e não apenas uma, os inquiridos - em Portugal foram 97 eleitos locais, 2907 no conjunto da UE - quase dois em cada três dos eleitos nacionais (62%) fala no apoio a projetos específicos, valor bem superior aos europeus em geral (53%).
Já os europeus preocupam-se mais do que os portugueses (quiçá a localização geográfica o explique e justifique) com a cooperação transfronteiriça com outras cidades e regiões (25-22%).
A estabilidade financeira a longo prazo também é mais valorizada pela média europeia a 27 do que pelos portugueses (18% contra 15%), estando os eleitos nacionais mais interessados que os europeus nas "parcerias entre intervenientes de todos os níveis institucionais".