O ministro dos Negócios Estrangeiros português comentou, em Bruxelas, esta manhã, a detenção de Radovan Karadzic, ex-líder dos sérvios da Bósnia, acusado de genocídio. Luís Amado considera que a União Europa deve ter abertura para integrar a Sérvia, mas lembra que este poderá ser um processo demorado.
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Ao fim de 13 anos de fuga à justiça, Karadzic foi preso pelos serviços secretos sérvios. A captura terá acontecido na sexta-feira, quando o antigo político viajava num autocarro no centro de Belgrado. É pelo menos esta a versão divulgada pelo advogado de Karadzic.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou, esta manhã, em Bruxelas que este foi um passo importante dado por Belgrado, sendo agora necessário que a UE também mostre a sua abertura a uma «rápida integração» da Sérvia.
«Tem sido essa a perspectiva do Governo português. A abertura da União Europeia para a rápida integração da Sérvia é determinante para a estabilização dos Balcãs ocidentais», disse.
Luís Amado realçou, no entanto, que «ainda há um processo em desenvolvimento de estabilização interna, quer na Sérvia, quer na região, e seguramente outros acontecimentos serão determinantes para esse processo se concluir».
O ministro lembrou também que a detenção do antigo líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, revela o empenho do novo governo da Sérvia na aproximação à União Europeia.
Luís Amado, que falava à entrada para uma reunião dos chefes de diplomacia dos 27, destacou o facto desta detenção acontecer pouco depois de o novo Governo sérvio ter tomado posse.
O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que «havia dúvidas» relativamente ao empenho do parceiro da coligação no poder, o ex-partido socialista da Sérvia, de desenvolver «esta agenda de detenção dos criminosos de guerra».
Karadzic, acusado de genocídio durante a guerra que devastou a Bósnia, entre 1992 e 1995, encontrava-se em fuga desde 1996, tendo sido detido pelos serviços de segurança sérvios, anunciaram segunda-feira os serviços do presidente sérvio Boris Tadic.