Um relatório hoje divulgado pela BBC, intitulado «Futuros Roubados», indica que, desde março de 2011, foram mortas mais de 11 mil crianças e jovens, a maioria do sexo masculino.
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O relatório divulgado hoje pela BBC, com base nos dados registados e gravados por grupos sírios da sociedade civil e organizações não governamentais, dá conta que nos últimos dois anos e meio de guerra na Síria morreram mais de 100 mil pessoas. 764 foram executadas e mais de uma centena torturadas.
Deste universo geral, 11.420 eram crianças, com menos de 17 anos. Dessas, 389 foram mortas por balas disparadas pelos chamados "snipers" e pelo menos uma centena não resistiu à tortura.
Em cada três crianças sírias executadas, duas são rapazes. O alvo preferencial são jovens entre os 13 e os 17 anos e a zona do país mais martirizada é toda a região de Alepo, que contabiliza 2.223 mortos.
A ilustrar os números e a afirmação de que na Síria as crianças são um alvo a abater, há no relatório vários depoimentos e testemunhos de socorristas estrangeiros no terreno.
Um médico inglês classifica o que se está a passar na Síria como um jogo de morte que inclui crianças e mulheres e em que, nos últimos tempos, os alvos preferenciais parecem ser bebés, se possível em gestação.
David Nott diz que a Síria vive o inferno para lá do inferno, depois de ter estado cinco semanas em regime de voluntariado num hospital sírio.
Este médico com 20 anos de experiência em teatros de guerra já regressou a casa, dizendo que nunca viu nada parecido e relatando que todos os dias mulheres e crianças aparecem nos hospitais sírios, baleados como se tivessem sido alvo de uma espécie de jogos de vídeo praticados de forma deliberada.