Mandela: Dilma transmite pesar do povo brasileiro que tem «sangue africano» nas veias
A Presidente do Brasil homenageou hoje Nelson Mandela em nome do povo brasileiro, em cujas veias corre «sangue africano», recordando que a luta do primeiro presidente negro da África do Sul inspirou a luta da América do Sul
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«Esse grande líder teve os olhos postos no futuro do seu país, do seu povo e de toda a África e inspirou a luta no Brasil e na América do Sul», disse Dilma Rousseff, no seu discurso durante as cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, no estádio Cidade do Futebol, no Soweto, em Joanesburgo.
Num discurso proferido em português e com tradução imediata em inglês, a Presidente brasileira começou por transmitir o «sentimento de profundo pesar do Governo e do povo do Brasil», afirmando ter a certeza de representar também «toda a América do Sul».
Dilma recordou que Mandela, que morreu na quinta-feira passada, «conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história moderna», ao pôr fim ao regime do 'apartheid' (segregação racial).
«O combate de Mandela e do povo sul-africano transformou-se num paradigma, não só para o continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça, a liberdade e a igualdade», afirmou.
Dezenas de milhares de pessoas estão hoje no estádio Cidade do Futebol, no Soweto, em Joanesburgo, para assistir às cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, juntando cidadãos e chefes de Estado, membros da realeza e líderes religiosos.
A morte de Mandela foi anunciada na quinta-feira pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma.
Depois do último adeus em Joanesburgo, o corpo de Mandela vai estar exposto durante três dias na vizinha Pretória, a capital, antes de, no domingo, ser finalmente sepultado nunca campa modesta, junto dos mortos da sua família, em Qunu, a sua terra natal, na província do Cabo Oriental.