
Foto: Juan Barreto/AFP (arquivo)
A líder da oposição venezuelana será representada pela filha, Ana Corina Sosa Machado, em Oslo, na cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz de 2025
A opositora venezuelana María Corina Machado é esperada esta quarta-feira em Oslo, mas não participará na cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz, que recebeu da organização, declarou o Instituto Nobel norueguês.
Segundo informações anteriores do Instituto, a líder da oposição venezuelana será representada pela filha, Ana Corina Sosa Machado, em Oslo, na cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz de 2025.
"A senhora [María Corina] Machado deverá chegar entre esta noite e quinta-feira de manhã" a Oslo, disse Kristian Berg Harpviken, o diretor do Instituto Nobel norueguês.
Entretanto, a cerimónia de entrega do prémio Nobel da Paz realiza-se esta quarta-feira às 13h00, no horário local (12h00 em Lisboa), na Câmara Municipal de Oslo.
"Embora não possa comparecer à cerimónia ou aos eventos do dia, temos o prazer de confirmar que está em segurança e estará connosco em Oslo", indicou o Instituto Nobel no seu portal, descrevendo a viagem como "uma viagem em situação de extremo perigo".
Segundo informações anteriores do Instituto, a líder da oposição venezuelana será representada pela filha, Ana Corina Sosa Machado, na cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz de 2025.
"Será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe. Será a filha que proferirá o discurso que a própria María Corina escreveu", declarou hoje Kristian Berg Harpviken à rádio norueguesa NRK.
A irmã da opositora venezuelana, Clara Machado Parisca, afirmou na terça-feira à rádio colombiana Blu Radio que o desejo de Corina Machado era deslocar-se a Oslo, para receber o Nobel, mas escusou-se a garantir a sua presença na cerimónia de hoje na capital norueguesa.
A própria María Corina Machado tinha previsto dar uma conferência de imprensa na terça-feira no Instituto Nobel de Oslo que começou por ser adiada e depois acabou por não acontecer, sem quaisquer explicações por parte do instituto.
Em Oslo, segundo a agência EFE, encontram-se já a mãe, Corina Parisca, a sua irmã e a sua filha, que estará acompanhada na cerimónia pelos dois irmãos.
Esta não é a primeira vez que um vencedor do Prémio Nobel da Paz está ausente no dia da entrega.
Quando o chinês Liu Xiaobo, então preso, ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2010, ninguém compareceu para receber o prémio. Uma foto sua foi colocada numa cadeira a ele destinada, e a atriz norueguesa Liv Ullmann leu o discurso de aceitação.
Em 2022, por outro lado, o bielorrusso Ales Bialiatski, um dos três vencedores do Nobel desse ano e que permanecia na prisão, foi representado pela esposa, Natallia Pinchuk.
E quando a iraniana Narges Mohammadi, também presa, recebeu o prémio em 2023, foram os seus filhos que viajaram para Oslo para receber o prémio e ler o discurso.
Além dos filhos de Machado, várias figuras proeminentes da oposição venezuelana estarão em Oslo. Entre estas, Edmundo González Urrutia, candidato nas eleições presidenciais do ano passado e exilado em Espanha desde setembro de 2024, que viajou na terça-feira para a capital norueguesa, marcará presença na cerimónia.
Também já se encontram na capital norueguesa, a convite da premiada, os presidentes do Panamá, José Raúl Mulino, e da Argentina, Javier Milei, e espera-se também a chegada do chefe de Estado do Paraguai, Santiago Peña, bem como do Equador, Daniel Noboa.
Os quatro Presidentes latino-americanos serão recebidos em audiência pelo rei da Noruega, Harald V, depois da cerimónia de entrega do prémio, e em seguida deverão reunir-se separadamente com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
