O presidente francês e a chanceler alemã registaram o 'não' grego, dizem que "a porta mantém-se aberta às discussões" mas são precisas propostas sérias e claras.
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O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmaram hoje que "a porta mantém-se aberta às discussões" com a Grécia, após o 'Não' no referendo, mas exigem "propostas sérias", que ponham termo à crise.
"A porta mantém-se aberta às discussões [...] Cabe ao governo [grego] fazer propostas sérias e credíveis", afirmou Hollande em conferência de imprensa, após um encontro com Merkel, no palácio do Eliseu, em Paris.
"Vamos agora aguardar as propostas muito claras do primeiro-ministro grego [...] é urgente ter este tipo de propostas, para que possamos encontrar uma saída para a situação atual", afirmou, por seu turno, Angela Merkel.
De acordo com a agência de notícias grega ANA-MPA, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e a chanceler alemã falaram hoje pelo telefone, tendo concordado com a apresentação de novas propostas de Atenas na cimeira de líderes de terça-feira.
Este acordo entre Atenas e Berlim surge depois de dois porta-vozes do Governo alemão terem dito esta manhã que não estavam ainda reunidas as condições para novas conversações e descartado a possibilidade de negociações sobre uma reestruturação da dívida grega.
Merkel e Hollande afirmaram, em conjunto, que "registaram" a rejeição dos gregos no referendo de domingo às propostas dos credores, mas salientaram que há outros 18 países cuja opinião também deve ser tida em conta.
O Presidente francês insistiu que a intenção é aprovar um programa duradouro, e não apenas uma correção temporária, cujo objetivo é o de encontrar um equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade.
Merkel, por seu lado, referiu que a última proposta apresentada a Atenas era já "muito generosa", pelo que agora é preciso aguardar pela reação dos restantes países da moeda única com os quais é partilhada "a soberania".