As promessas de um processo democrático mais rápido não convenceram a multidão, que pede a saída imediata do marechal Hussein Tantaoui.
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O presidente do Conselho Supremo das Forças Armadas do Egipto anunciou, esta terça-feira, a realização de um referendo para decidir se o povo egípcio pretende que os militares abandonem o poder, mas não convenceu o povo que permanece na praça central do Cairo para expressar a sua rejeição a esta oferta, alegando não acreditar nas palavras do marechal.
«Tantaoui é a cópia de Mubarak, é Mubarak em uniforme militar», disse Ahmed Mamdouh, de 35 anos, citado pela agência AFP.
No levantamento histórico que derrubou o ex-presidente em Fevereiro, a multidão ocupou de forma permanente a Praça Tahrir, exigindo a saída do homem que governou o Egipto durante 30 anos.
Em cada discurso que Mubarak proferia inflamava ainda mais a ira dos manifestantes, até que o ex-ditador foi forçado a demitir-se a 11 de Fevereiro.
Os manifestantes na rua, que já levaram à renúncia do governo criado pelos militares, prometem um confronto de longo prazo.
Recorde-se que na segunda-feira realizam-se as primeiras eleições desde a queda de Mubarak.
«A segunda revolução», lê-se na manchete do jornal Al Akhbar desta quarta-feira. «A coisa mais perigosa que pode acontecer é a deterioração da relação entre o povo e o exército», adverte o jornal.