Milhares de pessoas participaram hoje numa cerimónia fúnebre em memória dos 34 mineiros mortos numa carga policial na localidade de Marikana, no noroeste da África do Sul.
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Numa semana de luto nacional na África do Sul, hoje por todo o país estão a realizar-se cerimónias em homenagem aos 34 mineiros mortos na mina de Marikana.
A cerimónia mais emotiva aconteceu perto da mina, com muitos convidados mas sem a presença da polícia.
Debaixo de uma tenda branca, que foi pequena para tanta gente, milhares de pessoas entoaram hinos e cânticos religiosos em memória das vítimas de Marikana.
Nas cerimónias junto ao local do massacre participaram dirigentes locais, elementos do governo sul-africano, chefes de várias religiões com vestes tradicionais e, sobretudo, muitas pessoas que não esquecem o que ali se passou há uma semana.
Entre os milhares não houve polícia, uma exigência da organização, dos mineiros e das famílias.
Quem não teve lugar na tenda ouviu os discursos e as celebrações em altifalantes colocados em diversos pontos do local.
Algumas pessoas chegaram mesmo a sentir-se mal e tiveram que receber assistência médica. um dos que ajudou a prestá-la foi o ministro da saúde que também é médico.
Durante a manhã muitas gente fez questão de visitar o local exato do massacre e acenderam-se velas em memória das vítimas.
Na mina de Marikana, os mineiros em greve ainda não desistiram do protesto e já fizeram saber que preferem morrer a voltar para a «escravatura».
A concessionária da mina continua a dizer que a greve é ilegal mas abandonou a ameaça de despedimento se os mineiros não regressarem ao trabalho.