A manifestação foi convocada pelo partido de extrema-direita, Vox. Santiago Abascal acusou Sánchez de "trair a pátria".
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Milhares de pessoas manifestaram-se na Praça de Colón, em Madrid, para protestar contra Pedro Sánchez e a lei de amnistia que o socialista está a negociar com os independentistas catalães. A manifestação foi convocada pelo partido de extrema direita, Vox, e pela Fundação para a Defesa da Nação Espanhola (DANAES).
Segundo a Delegação do Governo, participaram na manifestação cem mil pessoas, um dia depois de Pedro Sánchez ter defendido a amnistia pela primeira vez, no Comité Federal do Partido. "Em nome de Espanha, no interesse de Espanha e na defesa da convivência entre os espanhóis, defendo hoje a amnistia na Catalunha", disse este sábado o presidente em funções.
O líder socialista justificou a decisão com o resultado das eleições na Catalunha, onde os partidos independentistas perderam força, a favor do Partido Socialista da Catalunha e frisou ainda ser a única forma de conseguir um governo progressista e "travar um governo do Partido Popular com a extrema direita".
A amnistia é uma exigência dos partidos independentistas catalães, Esquerda Republicana e Junts per Catalunya, cujos votos são fundamentais para a investidura de Sánchez.
A manifestação, convocada com o lema "Contra a amnistia e o golpe de Sánchez", esteve repleta de bandeiras de Espanha, figuras de cartão de Sánchez disfarçado de Pinóquio e cartazes com palavras como "traidor" e "para a prisão".
Santiago Abascal, líder do Vox, foi um dos últimos a discursar, num tom muito duro contra o presidente do Governo em funções. "Sánchez, não te atrevas a invocar o nome de Espanha para pisar as leis legítimas e, se o fizeres, é melhor que no próximo encontro com Puigdemont lhe digas que pode ir preparando o quarto de hóspedes de Waterloo [em referência à cidade onde está exilado o líder independentista]", começou por dizer.
O líder do partido de extrema direita acusou Sánchez de ser "megalómano" e de ir passar à história como "o grande traidor da pátria", um político "autocrata sem escrúpulos" que "quer amnistiar políticos para se manter no poder.
Ausente da manifestação esteve o Partido Popular, cuja cúpula se deslocou a Málaga para participar noutra manifestação convocada pelo mesmo motivo, ao lado do presidente do Governo Autónomo da Andaluzia, Juanma Moreno.