O Tribunal de Palermo recusou o pedido de arquivamento do caso contra o ministro italiano das Políticas Agrícolas, Saveria Romano, por alegada conivência com a máfia e pediu ao Ministério Público para formular uma nova acusação para que seja julgado.
Corpo do artigo
De acordo com a Efe, o juiz que conduz o processo, Giuliano Castiglia, deu dez dias ao Ministério Público de Palermo para apresentar uma nova acusação contra o ministro de Silvio Berlusconi e pediu a sua condenação «por apoio externo a uma associação de malfeitores».
Saverio Romano, ministro desde 23 de Março, foi acusado por Francesco Campanella e Angelo Siino, mafiosos que estão a colaborar com a justiça, de estar «à disposição da máfia« siciliana, La Cosa Nostra, em particular através de uma ligação com os chefes da cidade de Villabate, Nicola e Antonino Mandala.
O ministro estava a ser investigado desde 1999 por suspeita de conivência com a máfia. Este primeiro caso foi arquivado mas, em 2005, foi aberta outra investigação, depois de declarações de elementos da máfia italiana que decidiram colaborar com as autoridades judiciais.
Segundo Angelo Siino, Romano e Totó Cuffaro - ex-presidente da região siciliana condenado, em janeiro, a sete anos de prisão por «conivência agravada» com a máfia - apresentaram-se em sua casa em 1991 para lhe pedir o voto do clã.
Francesco Campanella falou de uma alegada colaboração entre políticos e o clã de Villabate para conseguir algum apoio da «família» e para a construção de um grande centro comercial, acusações que Romano nega.
O procurador do caso, Nino de Matteo, pediu em Junho o arquivamento do caso, ao considerar que não tinha elementos suficientes para condenar o ministro, situação hoje recusada pelo juiz.
O ministro Romano disse, depois de conhecer a decisão do juiz, que se sentia «dolorido e desconcertado», garantindo que defenderá o seu nome e a reputação da sua família e do grupo político a que pertence.