O primeiro-ministro italiano em funções afirmou que a saída do atual impasse político proposta pelo Presidente da República é um convite ao seu executivo tecnocrata para continuar a trabalhar.
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Numa intervenção no canal 1 da televisão estatal RAI, Mario Monti, que continua em funções apesar de se ter demitido em dezembro passado, elogiou a proposta lançada hoje pelo Presidente Giorgio Napolitano, para formar dois grupos de trabalho compostos por personalidades que deem forma a um programa de reformas que possam ser partilhadas pelos diferentes partidos.
Sobre a solução proposta por Napolitano, Monti comentou: «É por parte do Chefe de Estado um convite - assim o interpretamos - para que validemos plenamente as possibilidades que existem para trabalhar com a contribuição essencial do novo parlamento».
Estas palavras referem-se a parte do discurso de hoje de Napolitano no Palácio do Quirinal, em Roma, a presidência transalpina, em que recordou aos italianos e à opinião pública internacional que em Itália continua a haver um executivo que trabalha pelo país, afirma a Efe.
Napolitano fez notar que o Governo de Monti estava «a ponto de adoptar medidas urgentes para a economia, de acorco com as instituições europeias e com a contribuições essencial do novo parlamento», numa referência ao desenvolvimento do plano de pagamento de cerca de 40.000 milhões de euros para este ano e para o de 2014 que se prevê seja aprovado pelo executivo na próxima semana.
Na sexta-feira, acabaram as consultas entre o chefe de Estado e as principais forças parlamentares, mas terminaram sem alterações nas posições adotadas desde as eleições gerais de 24 e 25 de fevereiro.
O Movimento Cinco Estrelas quer governar sozinho e o centro direita, liderado por Silvio Berlusconi, defende um executivo de coligação com a formação de Mario Monti, tendo o Partido Democrata (PD), do líder de centro esquerda Pier Luigi Bersani, recusado esta opção.
A delegação do PD, que na sexta-feira reuniu com Napolitano sem a participação de Bersani, assegurou que apoiaria de forma responsável a decisão tomada pelo Presidente da República.
As eleições legislativas em Itália no final de fevereiro resultaram num impasse político, com a esquerda liderada por Luigi Bersani a chegar à maioria na Câmara dos Deputados (câmara baixa), mas não no Senado, onde a esquerda, a direita de Berlusconi e o M5S conseguiram resultados aproximados e a representações semelhantes (entre um terço e um quarto do eleitorado).