O Presidente italiano anunciou que vai manter-se no cargo até ao final do mandato que termina daqui a dois meses. Giorgio Napolitano garante que vai fazer tudo para desbloquear o impasse político.
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A imprensa italiana escrevia hoje que o Presidente Giorgio Napolitano ia apresentar a demissão para pressionar partidos a formarem governo.
Afinal, numa curta declaração feita este sábado, o Presidente italiano anunciou que decidiu manter-se cargo até ao final do mandato, que termina daqui a dois meses.
«Apesar de serem limitadas, as minhas possibilidades de tomar a iniciativa nesta questão da formação de governo, posso contribuir, até ao último dia, para criar condições mais favoráveis ao desafio de desbloquear uma situação poliítica, que foi agravada por posições inconciliáveis», afirmou.
Giorgio Napolitano deixou ainda a garantia: «Continuarei a exercer o meu mandato até ao último dia, tal como me sugere o sentido de interesse nacional. Isto sem esconder ao país as dificuldades com que ainda me deparo e exibindo a minha confiança na possibilidade de superar, responsavelmente, este momento que a itália atravessa».
Napolitano anunciou ainda a criação de dois grupos, um mais à direita, outro mais à esquerda, compostos por peritos para formularem propostas de carácter institucional que possam solucionar o impasse político em Itália.
«Arrisco pedir a dois grupos restritos de personalidades distintas, seja pela posição que ocupam seja pelas suas competências, para formularem sobre os temas essenciais de carácter institucional, de carácter económico, social e até europeu, propostas programáticas concretas, que possam vir a ser objecto de conciliação entre as diferentes forças políticas», especificou Napolitano.
O objetivo passa também pela criação de medidas concretas para aplicar à economia e lançar ideias sobre a sociedade italiana e até sobre a Europa.
O Presidente italiano procura, a todo o custo, a convergência programática que Bersani, Berlusconi e Grillo não têm sido capazes de encontrar e garante que o vai fazer até ao último dia do mandato de acordo com o interesse nacional.
Napolitano afirmou ainda que alguns partidos não se deram conta da gravidade do momento, dos perigos da situação em que a Itália se encontra e que é, por isso, urgente formar um novo governo.
As eleições gerais no país aconteceram há mais de um mês, mas os três partidos mais votados mantiveram-se até agora intransigentes quanto às soluções que foram sendo apresentadas.