Os Estados Unidos enviaram mais 46 soldados para o Sudão do Sul e podem adotar novas medidas «se necessário» após o ataque contra os seus soldados, afirmou Barack Obama.
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«Estou a acompanhar a situação no Sudão do Sul», indicou Obama numa carta ao Congresso. E «posso tomar novas medidas para assegurar a segurança dos cidadãos, do pessoal e dos bens americanos, incluindo a nossa embaixada, no Sudão do Sul», o mais jovem país do mundo assolado por um conflito interno e onde quatro soldados dos EUA foram feridos sábado por disparos perto do aeroporto de Bor, acrescentou.
No sábado, atiradores não identificados alvejaram três aparelhos CV-22 Osprey que se aproximavam da cidade de Bor, no sul do país e controlada pelos rebeldes, ferindo quatro soldados norte-americanos e impedindo uma missão destinada a retirar da cidade cidadãos norte-americanos.
Obama disse que os soldados integravam uma unidade de «aproximadamente 46» elementos destacados sábado para proceder à operação de resgate, e quando aumentam os receios de uma guerra civil generalizada no país africano, independente desde julho de 2011 com o apoio ocidental, na sequência da partilha do Sudão.
«A operação foi anulada por motivos de segurança após os aparelhos terem sido atingidos quando se aproximavam de Bor, e os aviões e todo o pessoal militar a bordo abandonou o Sudão do Sul sem concluir a retirada», refere Obama na missiva ao Congresso e enviada desde o Havai, onde se encontra de férias.
O contingente preparava-se para reforçar as 45 tropas enviadas esta semana para proteger cidadãos norte-americanos, os funcionários e a embaixada dos EUA na capital Juba.
«Ao acompanhar a situação no Sudão do Sul, posso tomar novas medidas para garantir a segurança dos cidadãos dos EUA, dos funcionários e da propriedade, incluindo a nossa embaixada, no Sudão do Sul», refere o texto.
«Agradeço o apoio do Congresso a estas decisões», acrescenta.
Antes, o departamento de Estado tinha referido que os norte-americanos tinham sido retirados em segurança de Bor em direção a Juba por helicópteros civis norte-americanos e da ONU.
Cerca de 380 civis e funcionários norte-americanos, e mais 300 cidadãos de outros países foram até ao momento transportados para Nairobi, capital do Quénia, e outros locais em quatro voos 'charter' e cinco aviões militares.
«Há cidadãos norte-americanos que podem ter saído por outros meios. Recomendo firmemente a todos os cidadãos norte-americanos no Sudão do Sul que abandonem de imediato do país», disse numa declaração a porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki.
Obama apelou ao fim da violência, avisou que o país estava no «precipício» da guerra civil e advertiu que um eventual golpe militar implicará o fim do apoio diplomático e económico de Washington e dos seus aliados.