O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou hoje a abertura de um inquérito internacional, na sequência da ofensiva israelita em Gaza. A organização quer saber se houve ou não abusos.
Corpo do artigo
O inquérito incide nos possíveis abusos durante as mais de duas semanas desde o início da ofensiva israelita em Gaza, que já fizeram mais de 30 vítimas do lado israelita e mais 600 do lado palestiniano.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU quer saber se, em clima de guerra, os princípios básicos de direitos humanos têm ou não sido cumpridos.
A decisão foi tomada esta tarde, depois de uma reunião de emergência do Conselho, em Genebra, em que o fórum, composto por 47 Estados, aprovou a resolução apresentada pela Palestina e por outros países árabes que exigem o respeito do direito internacional nos territórios palestinianos ocupados.
A resolução contou com os votos a favor de 29 países membros do Conselho, 17 abstenções, entre as quais as de alguns países da União Europeia, e apenas um voto contra por parte do governo norte-americano.
Keith Harper, representante dos dos Estados Unidos para o Conselho, justificou o voto contra com o facto de os norte-americanos não acreditarem que a resolução vá ajudar o processo. Sublinhou, no entanto, que estão a trabalhar para colocar um ponto final no clima de hostilidade.
Esta quarta-feira, ao início do dia, durante o encontro em Genebra, a comissária das Nações Unidas para os direitos humanos já tinha apelado a uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza.
Navi Pillay salientou os exemplos de destruição de habitações e mortes de civis, incluindo crianças, na Faixa de Gaza, para afirmar que existe «uma forte possibilidade de o direito humanitário internacional ter sido violado, de uma maneira que poderá constituir um crime de guerra».
Navi Pillay destacou, no entanto, que, mais uma vez, os princípios de distinção e de precaução não foram claramente respeitados também pelo Hamas e outros grupos armados palestinianos durante ataques indiscriminados dirigidos a zonas civis.