Na abertura da reunião do conselho de segurança, Ban Ki Moon considerou mais urgente do que nunca, um entendimento para pôr fim à violência. O responsável das nações unidas desafia os dois lados a darem provas de contenção.
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu hoje um cessar-fogo na Faixa de Gaza na abertura de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, depois de apelos semelhantes da Rússia e dos Estados Unidos.
«É mais urgente que nunca tentar encontrar uma plataforma de entendimento para um regresso à calma e a um acordo de cessar-fogo», disse Ban, lançando um «apelo às duas partes», Israel e o movimento radical palestiniano Hamas, «para que deem mostras da máxima contenção».
«É claro que a comunidade internacional deve intensificar os seus esforços para pôr um fim imediato a esta escalada e alcançar um cessar-fogo duradouro», acrescentou.
Os civis de Gaza, prosseguiu, «são apanhados entre a atitude irresponsável do Hamas e a dura resposta de Israel»: «Israel tem preocupações legítimas de segurança, mas também estou preocupado por ver numerosos palestinianos morrerem ou ficarem feridos nas operações israelitas».
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também apelou hoje para um cessar-fogo, afirmando que Israel e os palestinianos enfrentam um «momento perigoso».
Falando à imprensa em Pequim, Kerry disse ter conversado com o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, e com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para avaliar a «capacidade de restaurar o 'status quo' anterior relativamente a um cessar-fogo».
Mas, acrescentou, «nenhum país pode aceitar disparos de 'rockets' contra civis" e os Estados Unidos "apoiam inteiramente o direito de Israel a defender-se desses horríveis ataques».
O presidente russo, Vladimir Putin, falou também com Netanyahu, a quem apelou para um cessar-fogo, segundo um comunicado do Kremlin.
«A parte russa sublinhou a necessidade de parar assim que possível a confrontação armada, que leva a múltiplas vítimas entre os civis», segundo o texto, que precisa que o telefonema foi iniciativa de Israel.
Cerca de 80 palestinianos morreram nos últimos três dias em consequência de bombardeamentos da Força Aérea israelita, na maior ofensiva contra a Faixa de Gaza desde 2012.
Desde o início da operação, cerca de 300 'rockets' foram disparados da Faixa de Gaza contra território israelita, segundo o exército.
A operação foi lançada depois de extremistas judeus terem queimado vivo um adolescente palestiniano, numa aparente retaliação pelo rapto e homicídio de três adolescentes israelitas na Cisjordânia.