As Nações Unidas pedem o fim imediato dos ataques contra a cidade líbia costeira de Misrata, onde 80 por cento das vítimas são civis.
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Dois emissários da ONU exigiram ao primeiro-ministro líbio, Al-Baghdadi Ali Al-Mahmoudi, que as forças do regime «parem imediatamente os ataques» em todo o país, especialmente naquela cidade rebelde, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq.
As autoridades médicas locais dizem que 80 por cento das vitimas mortais dos confrontos em Misrata são civis. Desde o inicio do conflito, há mês e meio, várias centenas de pessoas morreram.
Esta escalada de violência levou vários emigrantes até ao porto de Misrata na esperança de uma fuga, mas o evoluir da tensão entre os rebeldes e as forças pró-Kadhafi degradaram as condições humanas naquele local.
Esta segunda-feira, a Organização Internacional para as Migrações retirou por mar perto de 1000 pessoas, sendo que na segunda-feira já tinha transportado 1200 pessoas.
A agência intergovernamental disse, em comunicado, que a maioria das pessoas resgatadas é ganesa (650), mas também há filipinos e ucranianos. Os refugiados estão a ser transportados para Benghazi.
Estima-se que no porto de Misrata estejam outras 4000 pessoas - incluindo 3000 nigerianos, centenas de sudaneses e naturais do Chade - desnutridas, sem abrigo e sem acesso a água potável nem assistência médica.
A organização humanitária disse também que com o aumento da violência tornou-se urgente resgatar os refugiados que faltam numa única viagem e, para realizar a missão, pediu dinheiro e um navio capaz de fazer esse transporte.
Este apelo já teve o acolhimento do Reino Unido, que vai disponibilizar um 1,5 milhões de libras para ajudar a fretar o navio e fornecer medicamentos.