Organização Meteorológica Mundial confirma que 2023 vai ser o ano mais quente de sempre
A Organização Meteorológica Mundial nota que 2023 teve até agora um aumento de temperatura de cerca de 1,4 ºC.
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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou esta quinta-feira que 2023 vai ser o ano mais quente de sempre. Para o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, os dados divulgados mostram que o planeta "está em apuros" e "deviam causar arrepios aos líderes mundiais".
"Um mês antes do final do ano, os dados já apontam para que 2023 seja o ano mais quente registado na história da humanidade. O relatório de hoje sobre o estado do clima global mostra que estamos em grandes apuros", disse António Guterres, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A full month before the end of the year, the data already points to 2023 being the hottest year recorded in human history.
- António Guterres (@antonioguterres) November 30, 2023
Today"s State of the Global Climate report shows we"re in deep trouble.
Leaders must get us out of it - starting at #COP28. https://t.co/CeBvWe3r2v
Já numa mensagem gravada em vídeo durante a apresentação dos últimos dados climáticos da OMM, Guterres disse que o planeta Terra está "a viver um colapso climático em tempo real e o impacto é devastador", recordando o aumento de incêndios, inundações e ondas de calor que o planeta tem registado nos últimos anos.
O relatório provisório da OMM sobre o estado do clima dá conta de que 2023 teve um aumento de temperatura de cerca de 1,4 ºC em relação à era pré-industrial.
Para o secretário-geral da ONU, as "catástrofes meteorológicas" devem obrigar os dirigentes a agir, porque, frisou, existe "um roteiro para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5 graus e evitar o caos climático".
O secretário-geral das Nações Unidas afirmou ainda que, nas semanas de negociações nos Emirados Árabes Unidos, os líderes mundiais "devem apresentar propostas claras para a próxima ronda de planos de ação climática".
Os líderes mundiais reunidos na COP28 devem fazer "triplicar as energias renováveis, duplicar a eficiência energética e comprometer-se a abandonar os combustíveis fósseis", insistiu Guterres.
Os países desenvolvidos devem cumprir o compromisso para contribuir com 100 mil milhões de dólares por ano para financiar a luta contra as alterações climáticas, uma luta que deve incluir sistemas de alerta precoce para que "todas as pessoas na Terra estejam protegidas até 2027".
"Isto devia causar arrepios aos líderes mundiais", acrescentou, apelando à comunidade internacional para que atue e cumpra os compromissos assumidos em matéria de clima.
A OMM acredita que o fenómeno climático El Niño, que normalmente está ligado ao aumento das temperaturas, continuará pelo menos até abril de 2024, antecipando que o próximo ano será mais quente do que 2023.
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