Bianca Castro, delegada da Green Peace Internacional, promete protestos para "influenciar as negociações".
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Já arrancou a COP 28, a Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas. Este ano, realiza-se no Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro. São esperadas 70 mil pessoas e 150 delegações.
Há uma portuguesa na delegação política da Green Peace internacional. Pela quarta vez, Bianca Castro participa neste evento e tem visto o arrastar das negociações sobre o fim dos combustíveis fósseis.
Até 12 de dezembro, decorrem negociações sobre o fim dos combustíveis fósseis, as regras e financiamento para fundos climáticos e um acordo para uma redução global do nível de emissões.
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A ativista realça que há delegações "poluentes" na conferência: "Sabemos que estas conferências têm sido campos férteis para os interesses da indústria fóssil. Ano após ano, têm vindo cada vez mais delegações dessa indústria e tudo indica que este ano o número vai aumentar. Até o presidente da COP é o chefe de uma empresa petrolífera estatal aqui dos Emirados Árabes Unidos, portanto de certeza que este vai ser um dos maiores temas, dos mais urgentes".
"Não podemos ter uma conferência que visa reduzir as emissões globais e ao mesmo tempo a presidência fazer parte da indústria que está a causar esta crise. E ainda para mais tentarem utilizar esta conferência para discutir, em paralelo, projetos que vão aumentar as emissões", aponta Bianca Castro.
Na COP28, os protestos das organizações não-governamentais são limitados. Ainda assim, a ativista promete mobilização para "pressionar as negociações".
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"Podem esperar muitas ações e exigências da sociedade civil e das organizações. Aqui as ações são autorizadas pela UNFCCC, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Vamos tentar aproveitá-las ao máximo para influenciar as negociações que estão a decorrer. Infelizmente, à semelhança do ano passado, não temos liberdade para protestar nas ruas, mas vamos tentar fazer-nos ouvir cá dentro", promete.
"Os protestos vão tocar, desde a energia, a transição justa o fim dos combustíveis fósseis, mas também a questão dos direitos humanos", conclui.